O ano de 2015 foi de experincias totalmente novas para Nicoly Paulo, 7 anos, diagnosticada com autismo logo aos nove meses de vida. Aps frequentar por trs anos o CDI Thereza Beduschi, no Barraco, e a Apae de Gaspar, a pequena foi matriculada na escola Luiz Franzi para cursar o 1 ano do ensino fundamental. 49191c
Por trs de Nicoly est Maria Aparecida da Silva, 41 anos, moradora do bairro Bateias. Mais que uma me, uma fiel protetora. Aps a surpresa do diagnstico de autismo de Nicoly e tambm dos dois filhos mais novos, que hoje frequentam uma creche no Bateias, Maria Aparecida se transformou em uma constante pesquisadora do assunto e defensora do acompanhamento especial s crianas com autismo.
A primeira experincia de Nicoly com o ensino regular no saiu exatamente como o esperado. Foram trs trocas de professoras e, trs afastamentos e alguns sintomas antes controlados na sade da filha de Maria Aparecida que se agravaram, como convulses e problemas cardacos. O nmero de sesses de fisioterapia tambm aumentou. O motivo, segundo a me, seria o alto nvel de estresse que a pequena teve em algumas situaes.
Alm da incluso, outra luta deMaria Aparecida e Nicolly para combater o preconceito contra os autistas. “Ela j foi impedida de ir a um brinquedo em um parque por simples discriminao e s vezes alvo da falta de informao das pessoas”, ressalta a me.
para trazer luz a esse tipo de situao que Maria Aparecida trabalha em um plano audacioso para 2016: fundar uma associao de pais e amigos em defesa dos autistas de Gaspar. “J conversei com polticos e ningum se interessou, mas o apoio que eu realmente preciso o das mes dos autistas. Converso muito com elas e sei que muitas enfrentam as mesmas dificuldades que eu. A necessidade de informaes cada vez maior. Nesta poca de Natal, que sempre de muita reflexo e pedidos, meu desejo de que a incluso nas escolas e em toda a sociedade seja cada vez maior”, afirma.
“As funcionrias da escola se esforaram muito, as ewxigncias como carteira especial foram cumpridas, mas o que senti que no havia capacitao adequada para lidar com crianas com o grau de autismo de Nicoly. Sempre defendi a incluso dela no ensino regular, mas no adianta mant-la na escola e depois ter que isol-la em casa por causa do estresse. Isso no exatamente incluso”, pressiona.
Em 2016, Nicoly deve voltar a frequentar as aulas em meio perodo na Apae de Gaspar, onde j estava habituada, mas futuramente a me no descarta lev-la novamente escola regular.
Deficiente fsico h oito anos, o morador do bairro Coloninha Carlos Barbosa trabalha desde setembro na criao da Associao Somos Todos Iguais, Asti, que buscar melhorias na locomoo em Gaspar. Atualmente, os lderes da entidade trabalham na concluso do estatuto, que at fevereiro deve estar pronto para ser aprovado, dando incio oficialmente Asti.
Barbosa conta que a ibilidade hoje um problema muito maior do que a discriminao para os deficientes fsicos de Gaspar. “A maioria das pessoas tem preconceito contra deficientes, como tem contra homossexuais, negros, mas como existem leis contra o preconceito, eles no expressam, fica ali, escondido. J a falta de ibilidade no comrcio e nas caladas nos causa prejuzos a todo momento. Em 90% das lojas de Gaspar eu preciso de ajuda para entrar, por exemplo”, denuncia.
Segundo o Censo de 2010 do IBGE, Gaspar possui cerca de 3 mil pessoas somente com deficincias motoras. “O espao pblico precisa se adaptar a todos, deficientes ou no. As pessoas nos chamam de deficientes, mas na minha viso, a cidade que hoje tem uma deficincia, que queremos ajudar a superar”, ressalta.
- Adequao das caladas existentes e construo de novas
- Retirada de postes instalados no meio dos eios de pedestres
- Melhorias na ibilidade do comrcio, com rampas e cardpios em braile para deficientes visuais
- Busca por semforos com sonorizao para deficientes visuais
- Oferta de atividades esportivas para deficientes fsicos, com apoio inicial de projetos de Blumenau
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